Templo um edifício X Igreja um Corpo



Homens avaliam seus templos em milhões de dólares. Deus avalia uma
alma. Ele diz: ela vale mais que o mundo inteiro!
Luciano Silva



A palavra de Deus é realmente fantástica! Quando a estudamos com
sinceridade e com um imenso desejo de correspondermos unicamente com
a plena vontade do Criador, percebemos a perfeição do Seu plano para
com o homem. Ainda que este mesmo homem penda para caminhos
tortuosos, Deus, que é soberano e detentor de toda a ciência e amor,
encontra um meio de nos alcançar com a Sua infinita misericórdia.
É estudando a Sua palavra, a bíblia, que percebemos que o antigo
Judaísmo apoiava-se em três elementos: O templo, o sacerdócio e o
sacrifício.


Na mesma palavra aprendemos por intermédio do apóstolo Paulo
que estas coisas eram nada mais do que a sombra dos bens futuros.
A quais bens ele estava se referindo?
Em Hebreus 10:1 Paulo apontava para os bens dos quais ele já estava
desfrutando em Jesus, pois em Cristo nós nos tornamos pedras vivas, de
forma que passamos a ser casa para habitação do Seu Espírito Santo, o que
faz com que o antigo padrão de templo se torne desnecessário cumprindo a
vontade de Deus que declara não habitar em templos feitos por mão de
homens.

Atos 7:48 “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mão de
homens...”
Jesus destruiu o conceito de templo (a sombra) ou qualquer outro
lugar tido como sagrado e edificou em nós a Sua casa (real). Esta era
exatamente uma das partes da Sua missão e ministério ao vir como homem
a este mundo. Tal intensão está explícita em suas palavras quando em
determinado momento declarou para alguns discípulos referindo-se ao
templo, que deste não ficaria pedra sobre pedra.

Mateus 24:1-2 “E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaramse
dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus,
porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não
ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.”

Da mesma forma em outro momento Jesus declara que derrubaria o
templo e que em três dias o reedificaria. E assim como disse Ele o fez, pois
ao ressuscitar ao terceiro dia estava apto a subir aos céus podendo nos
enviar o Seu Espírito Santo que passaria a habitar em nós, nos ensinando e
nos capacitando para que pudéssemos cumprir com o nosso chamado.
Lucas 24:49 “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai,
porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”
Atos 1:8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”

Este fato, a vinda do Espírito Santo, foi registrado em meio à festa de
Pentecostes, que era realizada pelos judeus 50 dias após a páscoa com o
intuito de recordar o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai onde
recebeu as tábuas da lei. Nessa festa celebravam a aliança do Antigo
Testamento que o povo estabeleceu com Deus. Nesses dias os discípulos de
Jesus estavam reunidos e oravam sem cessar quando a promessa foi
cumprida e todos foram cheios do Espírito Santo. São realmente perfeitos
os planos de Deus! Veja que Ele separou exclusivamente o dia de uma festa
em que os judeus celebravam uma aliança a qual eles não permaneceram,
em memória de uma lei que não obedeciam, para enviar o Seu Espírito
dando continuidade ao Seu plano redentor mediante a graça. Desde então
milhares de homens e mulheres ensinados pelos discípulos e governados
pelo Espírito Santo vem formando a igreja de Jesus Cristo, o Seu Corpo,
feito de pedras vivas ao invés de tijolos.

Com a queda do templo, ou seja, com a sua inutilidade, o sacerdócio
(levítico) que o administrava também foi extinto. Jesus cumpriu a tarefa
dos sacerdotes de uma vez por todas, levando sobre si todos os nossos
pecados, sendo nomeado pelo Pai Sumo Sacerdote.
Hebreus 5:9 “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna
salvação para todos os que lhe obedecem; chamado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”
Hebreus 8:1 “Ora, a suma do que temos dito é que temos um Sumo
Sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,
Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor
fundou, e não o homem.”

Por tal realização do Filho de Deus homem algum na terra detém o
poder de perdoar pecados, pois tal tarefa já foi consumada através de Jesus.
Como previamente você já leu, o véu do templo foi rasgado, o
caminho está livre, de maneira que qualquer pessoa pode se achegar a
Deus, e arrependido dos seus pecados, ser perdoado e viver em paz.
Jesus é o nosso Sumo Sacerdote que intercede por nós diante do Pai.
Ele também nos deu o direito de sermos feitos filhos de Deus e
participantes do Seu sacerdócio, fazendo-nos sacerdotes com livre acesso.
Apocalipse 1:5-6 “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha,
o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que
nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e
sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre.
Amém.”

O templo foi abolido, o sacerdócio foi mudado e finalmente o
sacrifício foi feito.
Hebreus 9:24-26 “Porque Cristo não entrou num santuário feito por
mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer
por nós perante a face de Deus; nem também para a si mesmo se oferecer
muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com
sangue alheio; de outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes
desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma
vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”
O sacrifício único de Jesus, entregando-se à morte, aniquilou a nossa
dívida nos dando vida e vida eterna.
Com certeza agora você percebe de forma bíblica que em primeiro
lugar a igreja que Jesus edificou em Si mesmo, o Corpo do qual Ele é a
cabeça, não tem ligação alguma com um templo material ou qualquer tipo
de santuário sustentado pela fé cega da religião dos homens.

Nós somos o santuário de Deus na terra e esta é a razão de
buscarmos viver uma vida de justiça e santidade diante dos homens e de
Deus. Jesus é o sacerdote, reconhecido pelo Pai, que ministra em nossas
vidas, pois somos o verdadeiro tabernáculo.
Hebreus 8:2 “Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o
qual o Senhor fundou, e não o homem.”
Paulo escreve aos Coríntios o seguinte:
II Corintios 5:1-4 “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer (Se morrermos e deixarmos este corpo
carnal), temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna,
nos céus (Seremos transformados I Corintios 15:52). E por isso também
gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se,
todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós,
os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque
queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido
pela vida.”

Em nós se cumpre a restauração do tabernáculo de Davi para o
adorarmos em Espírito e em verdade, não restritos a um monte ou a um
templo, ou a uma casa, mas em qualquer lugar. Não precisamos de um
templo com pisos e altares santificados, cheios de pessoas que nem sequer
buscam viver em santidade, precisamos ser santos como Ele é santo, em
todo o tempo e em qualquer lugar, pois Ele, o Senhor, nos fez templo para
Sua habitação.
I Corintios 6:19 “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do
Espírito Santo...”
Efésios 2:20-21 “No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para
templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados
para morada de Deus em Espírito.”

No Antigo Testamento o templo era a sombra do que realmente é a
vontade de Deus. Através de Jesus nossos olhos se abriram para esta
verdade, que não está destinada a apenas um espaço de tempo, mas que é
eterna, como você poderá ler no versículo próximo, o qual nos revela o
futuro na cidade preparada por Deus para nossa habitação perpétua.
...E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade,
a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa
ataviada para o seu marido...Apocalipse 21
Apocalipse 21:22 “E nela não vi templo, porque o seu templo é o
Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.”
Diante desta verdade é que os primeiros cristãos tornaram-se em
comunidades que não ostentavam templos. De fato não há nenhum
vestígio ou registro bíblico ou mesmo histórico que tenha provado a
edificação de um templo sob o aval da comunidade cristã do primeiro
século. Isto se dá pela clara razão de que simplesmente nunca existiu um
templo sequer que tenha sido construído pelos primeiros cristãos.
Esta é uma afirmação notável, visto que naquele tempo tanto judeus
quanto gregos, romanos e outras dezenas de povos pagãos apoiavam e
mantinham firme a sua fé e práticas sob o conceito de um templo.
Verdadeiramente os cristãos do século primeiro proliferaram o
evangelho de Jesus com muito zelo e empenho publicamente e nas casas. A
bíblia nos mostra várias evidências de como a igreja vivia, do amor e
comunhão que se vitalizava no partir do pão de casa em casa.

“- E [os que haviam crido...] partiam o pão DE CASA EM CASA...
(At 2:46)
- ...mas ensinei-lhes tudo publicamente e DE CASA EM CASA. (At
20:20)
- Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus
...saudai igualmente a igreja que se reúne NA CASA DELES. (Rm 16:3,5)
- Áqüila e Priscila os saúdam afetuosamente no Senhor, e também a
igreja que se reúne NA CASA DELES. (1 Co 16:19)
- Saúdem os irmãos de Laodicéia, bem como Ninfa e a igreja que se
reúne EM SUA CASA. (Cl 4:15)
- ...a você, Filemom, ... à irmã Áfia, a Arquipo... e à igreja que se
reúne com você EM SUA CASA...(Fl 2)
- Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais
EM CASA, nem lhe deis as boas-vindas. (2Jo 10)”
Mark Mesa identifica pelo menos cinco pontos principais pelos quais
a igreja se reunia nas casas.
1º O lar é o ambiente natural para tratarmos uns aos outros;
2º O lar representa a simplicidade da vida cristã;
3º O lar reflete a natureza familiar da igreja;
4º O lar molda a autenticidade espiritual;
5º O lar é testemunha de que o povo constitui a casa de Deus.

De forma errônea alguns estudiosos atribuem a ausência de um
templo feito por cristãos no início da igreja em virtude da tão temida
perseguição que os mesmos enfrentavam. Mas isso não é verdade, pois se
prestarmos atenção encontramos passagens bíblicas onde o próprio
apóstolo Paulo está orientando os irmãos a como se comportar nas
reuniões diante de um visitante.
I Corintios 14:23 “Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e
todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão
porventura que estais loucos?”
Em primeiro lugar preste atenção num importante detalhe que Paulo
está falando: “Se toda a igreja se congregar num lugar”. Em outras palavras:
Se toda a comunidade (a igreja que são pessoas) se reunir para adorar e
cultuar a Deus em um lugar qualquer, onde qualquer pessoa, mesmo sendo
um infiel, possa se achegar...

Se tal perseguição neste tempo fosse tão rígida, com certeza os
cristãos não se reuniriam em um lugar desprovido de segurança onde
qualquer indouto ou infiel pudesse ter acesso. Esta instrução do apóstolo
derruba a idéia de que a perseguição foi a causa dos cristãos não
construírem seus próprios templos.
A verdadeira razão dos primeiros cristãos não se reunirem em
templos próprios se dá pelo fato de que eles entenderam o mistério que
esteve oculto durante séculos e gerações que é Cristo em nós (Colossenses
1:26). Eles entenderam que Deus não habitava mais em um templo, isolado
por um véu, num lugar chamado santo dos santos, dentro de uma arca.
Eles entenderam que Deus nos fez morada do Seu Espírito Santo. Nesta
verdade não há lugar para templos sagrados, santuários terrestres ou coisa
do tipo, mas sim, servos fiéis que buscam viver uma vida de justiça e de
santidade.

Jesus disse à mulher samaritana: “ Mulher, crê-me que a hora vem,
em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.” “Mas a hora
vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade.”
Uma vez que um empilhado de tijolos formando um quadrado é
chamado de igreja com o intuito de estabelecer e limitar geograficamente
um lugar de adoração ou culto ao Senhor, o mesmo revela-se contrário à
vontade de Deus que deseja que os que O adoram O adorem em espírito e
em verdade, e isso pode se dar na rua, no mercado ou na humilde sala de
estar de uma casa.

O templo, por receber dos homens um valor espiritual que não
existe, ainda faz com que as pessoas se tornem em questão de segundos
verdadeiros hipócritas religiosos. Isto é tão evidente que basta olhar para a
reação das pessoas e você perceberá nelas a brusca transformação de
atitudes ao entrar em um templo o qual o tenham por sagrado, ou por
incorretamente pensar ser a igreja. Tal pessoa, como um passe de mágica,
assume (veste uma máscara) um semblante de profundo respeito e devoção,
aparentando profunda santidade no exato momento em que passa pela
porta do edifício.

Você já fez isso?: “Xxxx! Silêncio, você está na igreja, tenha respeito”,
“Aqui não é lugar de brincadeiras”.
Se já fez, tenha certeza de que também já reverenciou os sagrados
tijolos.Por esta e dezenas de outras razões que eu creio que Jesus foi tão
enfático ao declarar: Não sabes? Não ficará pedra sobre pedra!
O que hoje os religiosos demonstram na aparência, os primeiros
cristãos expressavam com evidências. O testemunho daqueles homens e
mulheres testificou ao mundo muito da vida e do amor de Jesus, pois entre
eles o proclamar a verdade e o temor em vivê-la eram características
indispensáveis na vida diária. Em cada alma havia temor. Não havia
falsidade, pelo contrário, havia muita transparência e verdade. E é por este
testemunho que a igreja impactou o mundo conturbado e perdido de sua
época. Deus amou tanto o fato dos seus filhos terem compreendido a Sua
vontade para Sua igreja que não permitiu que ninguém contaminasse esta
comunhão, fato pelo qual Ananias e Safira caíram mortos por tentar
implantar pensamentos a ações mundanas em meio ao povo. (Atos 5)
Atos 9:31 “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e
Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no
temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.”
Note que a igreja se multiplicava e tinha paz. Se eram tão perseguidos
não podendo nem ao menos ter um templo onde pudessem cultuar o Seu
Deus, como poderiam ter paz? Como se multiplicariam sem ser notados?
Olhe para os judeus nos nossos dias, vivem em guerras constantes e
você sabe por quê? Porque eles querem ter o templo deles de volta.
Não me aprofundando muito no assunto, vale registrar que
profeticamente este templo, de Salomão, tão desejado pelos judeus,
realmente em tempo oportuno será restaurado e saiba que isso não está
muito longe de acontecer, porém definitivamente esta reconstrução não
será duradoura, pois a bíblia declara que este mesmo templo será o fator
principal para que se dê o início da guerra do Armagedom, ou seja, o
desfecho da história. Preste atenção, o povo de Israel é um povo peculiar
para Deus, mas nem por isso, quando enfim este povo estiver desfrutando
do tão esperado momento por ter o seu templo restaurado, Ele impedirá
de que este povo passe pela maior guerra jamais registrada desde que a terra
foi formada, e tudo por causa da restauração de um templo.
Estes são fatos distintos que mais uma vez comprovam a insatisfação
de Deus quando o seu povo rejeita a verdade de que foram escolhidos por
Ele para serem a Sua Casa, o templo do Seu Espírito Santo. O templo não
feito por mãos de homens, mas feito pela própria mão do Criador que do
barro o moldou. Definitivamente nos primeiros passos da igreja não houve
necessidade alguma de erigir qualquer edifício ou templos.

O fato é que os primeiros cristãos viviam como uma família, eles
tinham tudo em comum, e o ambiente natural para a edificação de uma
família é a casa. Portanto, a igreja de Jesus crescia e se fortalecia de casa em
casa e mesmo sendo milhares não viam necessidade alguma de possuírem
um lugar para abrigar tantas pessoas, pois eles se organizavam em
pequenos grupos.
O conhecimento da revelação é uma coisa, a interpretação dela é o
que nos esclarece o seu propósito.

O profeta Ageu recebeu do Senhor uma revelação que dizia: “Porque
assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei
tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca; E farei tremer todas as
nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de
glória, diz o SENHOR dos Exércitos. Minha é a prata, e meu é o ouro,
disse o SENHOR dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do
que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz,
diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ageu 2:9)
Hoje em dia tenho conversado com muitos “líderes”
(particularmente odeio esta palavra) que se mostram conhecedores desta
revelação, mas infelizmente parecem por suas próprias atitudes não
interpretá-las. Talvez apenas façam vistas grossas para garantirem algum
benefício pessoal.

O profeta Ageu está se referindo explicitamente a duas casas, a
primeira e a última. Se você ler todo o contexto deste capítulo dois do
livro de Ageu, perceberá que Deus está se referindo ao lugar da Sua
habitação em Espírito. Ele informa o profeta de que a glória da segunda
casa será maior do que a da primeira.

A primeira casa aqui é representada pelo templo, mas Deus tinha
uma glória superior para derramar sobre a última casa. Este derramar
estava condicionado em ter que derrubar o templo e então edificar, em
nós, a segunda casa.
1 Corintios 3.16, 17 "Não sabei vós que sois templo de Deus, e que o
Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus,
Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós é santo."
Na primeira casa, no templo, a glória de Deus estava confinada em
um lugar do outro lado do véu chamado santo dos santos, onde uma vez
por ano uma só pessoa, o sumo sacerdote, poderia ser tocado por ela.
É desta casa que Davi se referiu, e muitos ainda hoje citam esta
passagem para sustentar o conceito de que a igreja é o templo, quando
escreveu: Alegrei-me quando me disseram vamos a casa do Senhor. (Salmos
122:1) Davi falava da primeira casa cuja a glória é inferior à da segunda.
Com o cumprimento da promessa, a glória da segunda casa derrubou
o templo, rasgou o véu e passou a habitar em todos quantos a recebem por
intermédio de Jesus. Desde que Deus se afastou de Adão por causa do
pecado, Ele tem procurado restaurar a comunhão do homem com Ele, mas
primeiro Ele teria que lidar com a questão do pecado, foi então que Jesus
entrou na história, pagando a nossa dívida com a própria vida.
Outra coisa importante a saber é que esta comunhão não está
limitada a uma só pessoa, muito menos se restringe em se dar em um lugar
específico, não é este o Seu desejo. Basta ler a bíblia e você perceberá que o
que estou dizendo é verdade. Por exemplo, sabe-se da intimidade que
Moisés desfrutava com Deus, mas o Senhor queria se revelar para todo o
povo que no final, por não querer abandonar o seu viver pecaminoso,
achou melhor ficar de longe e acatar tudo quanto o Senhor dissesse para
Moisés. Infelizmente isso ainda acontece hoje em dia. Vamos deixar que
Deus fale com o pastor, e então, tudo o que temos que fazer é pagarmos o
seu salário, sentarmos aqui no banco e fazermos de conta que estamos
muito interessados.

Os primeiros cristãos entenderam que a igreja de Jesus é a segunda
casa da revelação do profeta. Nós somos o templo.
...Não sabei vós que sois templo de Deus...CITAR
Com a segunda casa, um novo termo surgiu para identificá-la. A
palavra ekklesia (igreja, que significa chamados para fora) foi reservada no
Novo Testamento única e exclusivamente para o povo de Deus. Logo não
existe lógica alguma declarar: Vamos à igreja. Esta frase não tem sentido
algum, pois como Frank Viola diz: Ninguém pode se deslocar para um
lugar que seja ele mesmo.
Usar esta expressão demonstra um certo desprezo pela vontade de
Deus. Igreja refere-se a uma assembléia de pessoas, jamais um local. Este
erro parte dos próprios líderes que conhecem a revelação mas não ensinam
a interpretação. E por que não ensinam? A única resposta que tenho é
porque querem preservar algum tipo de benefício e privilégio encontrado
na casa abandonada, o templo de tijolos.
Ainda sobre esta questão, encontramos em registros históricos que o
termo “ir à igreja” ocorreu somente no ano 190 d.C. por Clemente de
Alexandria. Tal expressão era até então desconhecida pelos cristãos do
primeiro século. Não somente isso, mas muitas outras práticas sustentadas
ainda hoje pelos cristãos foram enxertadas no cristianismo, adulterando a
sua essência e conseqüentemente acorrentando o povo de Deus às mais
diversas tradições e religiosidades do homem.

Uma vez que tais práticas fraudulentas são identificadas, cabe a nós
abandoná-las para que realmente a vontade de Deus se cumpra em nós.
Este livro apontará muitas delas e parte unicamente de você decidir que
tipo de cristão você será depois de identificá-las.
Buscando na bíblia como também em livros históricos uma
informação clara sobre a origem da construção de templos destinado aos
cristãos, encontramos o seguinte: Os primeiros cristãos nunca construíram
um templo restringindo o culto ao Senhor a um lugar específico. O
primeiro registro da construção de um templo “cristão” se dá na era de
Constantino no século IV. Desde então, o catolicismo romano, aderiu
práticas religiosas do paganismo e do judaísmo, estabeleceu um clero
profissional e erigiu edifícios sagrados de alvenaria. Foi neste tempo que
fizeram da Santa Ceia um sacrifício místico, como estarei comentando em
outro capítulo.

Neste período, por intermédio do Estado Romano dominado pela
igreja já prostituída, introduziram todo tipo de mentiras para sustentar o
poder e domínio sobre os homens e as suas riquezas materiais. Foi então
que surgem as primeiras reformas e com ela o início de inúmeras
atrocidades por parte da igreja católica romana, pois não foram poucos os
reformadores que findaram suas vidas taxados como pregadores de heresias
queimados vivos em fogueiras alimentadas pela ira dos santos papas. Cada
um destes valorosos homens de Deus, os mártires reformadores,
contribuíram muito para o único propósito de restaurar a verdadeira
igreja. Cada um semeou a verdade em seu tempo até que por intermédio de
Martinho Lutero, considerado o pai da reforma, surgem os protestantes.
Felizmente com os protestantes muitas práticas abomináveis do
catolicismo romano foram abolidas, porém outras práticas permanecem
até hoje e continuam sendo sustentadas pelos evangélicos, como por
exemplo a hierarquia pagã do clero, o misticismo na Santa Ceia, o edifício
sagrado e com ele o altar, o púlpito, como também o termo levitas que de
forma incorreta utilizam para identificar os músicos da igreja.
Quando o cristianismo nasceu, era a única comunidade de pessoas
sem objetos sagrados, pessoas sagradas e espaços sagrados. A fé cristã
nasceu na simplicidade e humildade dos lares.
Hoje o cristianismo sustenta os seus templos, com seus respectivos
altares sagrados e a sua equipe clerical hierarquicamente constituída. Assim
um considerável montante de dinheiro é enterrado mensalmente para
suprir as despesas administrativas e manter as suas paredes e o seu piso
santificado. Com tanto dinheiro gasto desnecessariamente entendo o
porquê de quando se trata de investir em missões o orçamento nunca é
suficiente. Conseqüentemente e repetidamente os pobres, órfãos e viúvas
continuam esquecidos. Por desencargo de consciência alguns, uma
minoria, distribuem uma sexta básica aqui outra ali. Fico a pensar qual será
a desculpa que darão diante de Deus por gastar tanto dinheiro com tijolo e
concreto enquanto praticamente nada é direcionado aos pobres, viúvas e
estrangeiros.

Mas nem sempre foi assim. A verdade nas práticas da igreja resistiram
aproximadamente três séculos.
A maioria dos cristãos desconhecem os registros históricos e é por
esta falta de conhecimento que hoje vivem atolados numa religiosidade
morta oriunda de práticas pagãs. O Catolicismo Romano tem sido o
principal contribuinte para os desvios que a igreja tem sofrido há quase
dois mil anos.
Se você deseja ser um cristão no mínimo interessado na verdade,
procure gastar um pouco de tempo em uma biblioteca da sua cidade. Posso
garantir que você ficará chocado com o número de atrocidades e mentiras
que a igreja romana vem sustentando durante séculos e que infelizmente
muitas delas estão ainda vivas no seio da comunidade evangélica. Práticas
como: adoração aos santos e imagens, relíquias, indulgências, dogmas,
santa missa, papa, purgatório, confessionário, o clero, a hóstia e a
construção de templos sagrados são apenas algumas das mentiras
enxertadas no cristianismo. Lembrando que para sustentar tais mentiras
centenas de milhares de cristãos foram mortos a mando dos papas. É sobre
esta que a bíblia refere-se quando diz: a grande prostituta embriagada com
o sangue dos santos. (Ap 17:6).
Sob um conceito cronológico figurado, para que você entenda
melhor, pense num edifício. O seu fundamento é Jesus, em seguida temos,
no térreo, os primeiros cristãos, logo acima, no primeiro andar, o
catolicismo romano, no segundo andar, os reformadores, no terceiro, os
evangélicos que são na verdade católicos reformados.
Você consegue perceber onde está o erro? O erro está no fato de que
os reformadores só mudaram a mobília do primeiro andar. As paredes e
grande parte da estrutura continuam lá como também uma grande lage que
tem impedido de enxergarem com clareza como era a vida dos cristãos no
térreo.Este livro tem como objetivo fundamental ajuda-lo a ver além dos
católicos reformados, além do catolicismo romano e então resgatar o
exemplo de vida e fé daqueles que com muito zelo edificaram sobre o firme
fundamento que é Jesus.
É olhando para o térreo que podemos nos perguntar: Onde estão os
templos? Se nunca estiveram lá quando foi que eles surgiram e por quê?
Três séculos depois, no ano 312 d.C. Constantino tornou-se um
César do Império Ocidental, em 324 já era Imperador de todo o Império
Romano. Foi neste tempo, com o intuito de promover a sua popularidade
e aceitação por parte dos cristãos, que ele começou a ordenar a construção
de edifícios de igreja. Se os cristãos tivessem os seus próprios templos
sagrados, como tinham os judeus e os pagãos, a fé cristã seria legitimada no
império.

A história registra que Constantino era profundamente influenciado
por superstições e pela magia pagã. Mesmo com uma roupagem cristã
jamais abandonou a adoração ao deus Sol. No ano 321 ele decretou o
domingo como dia de descanso. Com isso sua intenção era honrar o deus
Mitras, o sol invencível, tanto é que ele descreveu o domingo como o dia
do sol. A própria palavra domingo no idioma inglês, sunday, significa dia
de sol. Constantino também deteve o título pagão de Pontifex Máximus,
que significa o chefe dos sacerdotes pagãos. Alguns séculos depois, este
mesmo título chegou a ser o título honorífico do papa católico.
Constantino ainda construiu a Igreja dos Apóstolos e erigiu
monumentos aos mesmos. Ele também fortaleceu a idéia de objetos
sagrados e espaços sagrados, influenciando diretamente na venda
fraudulenta de relíquias, prática que passou a ser bem comum na igreja
romana que a cada ano duplicava a sua riqueza. Assim se deu o início da
adoração idólatra e o nascimento das diversas abominações do catolicismo
romano.

Assim como os pagãos construíam templos com o nome dos seus
deuses, Constantino nomeava as suas “igrejas” com o nome de “santos”.
Desta forma as maiores edificações foram construídas sobre a tumba dos
mártires. Segundo registros foram nove igrejas em Roma, outras em
Jerusalém, Belém e Constantinopla.
Finalizando creio que você percebeu que os primeiros templos
considerados “cristãos”, não foram construídos pelos cristãos, mas sim que
foram idealizados pela mente pagã de um homem pagão.
Influenciados por ele, o catolicismo romano continua até hoje
preservando os seus espaços sagrados, e de forma bem semelhante, embora
não aparentem atribuir a mesma conotação, os evangélicos sustentam os
seus templos que hoje somam milhares de denominações espalhadas por
todo o mundo. Se eu não estiver equivocado há uma grande chance de
você ser alguém que está custeando e sustentando pelo menos um deles.
Todo o problema não concentra-se somente na edificação do templo,
pois com ele vem toda uma estrutura fortalecendo ainda mais a influência
pagã que adultera a essência cristã.


Por exemplo, as basílicas construídas por Constantino não
assemelhavam-se apenas exteriormente com a arquitetura dos templos
pagãos, mas também o seu interior bem como sua administração e serviços.
Devido à profunda adoração ao deus Sol, Constantino cuidou para que o
interior da basílica fosse projetado de maneira que o local de onde o orador
falava fosse regado com raios do sol. Este lugar era sobre uma plataforma
elevada por vários degraus, ostentando superioridade espiritual, de onde o
clérigo ministrava. É importante frisar que tal lugar possuía também uma
grade que separava o clero dos leigos.
Sem muito esforço você conseguirá notar que em partes os templos
de hoje, inclusive os evangélicos, ainda sustentam a mesma arquitetura. A
maioria dos pastores, por exemplo, ministram de uma plataforma nomeada
por eles de altar, o qual não encontramos nenhum respaldo bíblico para o
mesmo. Também existem algumas igrejas evangélicas que ainda mantêm as
grades entre o altar e o povo, reservando o local com cadeiras destinadas
somente para os santos hierarquicamente bem posicionados, afinal como
dizem, o altar é sagrado, não é um lugar para leigos.

Sobre o mesmo altar, dentro do catolicismo, encontramos a cátedra
ou trono destinada ao Bispo, sob esta influência os evangélicos, hoje com
menos freqüência, mantêm a cadeira do pastor que geralmente se destaca
entre as demais. Lembro-me que há pouco mais de quinze anos, quando
comecei a andar nos caminhos do Senhor, a igreja, influenciada pelo
catolicismo, tinha o hábito de se levantar e bater palmas quando o pastor
entrava no templo. Hoje esta prática já não é tão usada pelos evangélicos,
de qualquer forma esta era mais uma das práticas herdadas do paganismo
que os reformadores sustentaram por um bom tempo.

Mais uma vez está mais do que provado de que a maioria dos
católicos reformados, os evangélicos, desconhecem a história e continuam
a viver e a alimentar uma religiosidade com base em práticas pagãs. Esta
profunda reverência pela plataforma (o altar) é tão ilógica que mesmo no
antigo judaísmo, sob o conceito de templo, sabemos que o altar não se
tratava de um local para que os sacerdotes subissem ou se destacassem entre
o povo, aquele altar era um lugar relacionado diretamente aos sacrifícios de
animais em oferta pelos pecados. O próprio original em hebraico,
mizbeah, significa exatamente isso “lugar onde se sacrifica”.

O verdadeiro cristão tem por sacerdote, altar e sacrifício o próprio
Jesus. É unicamente para ele a nossa oferta, não pelos nossos pecados, mas
por nossa gratidão e compromisso com o Reino. No mesmo
entendimento, Jesus sendo o altar, nós não mais sacrificamos, mas sim
obedecemos, porque melhor é obedecer do que sacrificar.
Não obstante precisamos considerar que para o catolicismo romano
o altar é o centro de toda a liturgia eucarística, também registra-se que o
altar deve ocupar um lugar que seja, de fato, o centro para onde
espontaneamente se volte a atenção de toda a assembléia dos fiéis.
Perceba que com o templo surge o altar, com o altar surge o clero
religioso (classe que serve ao altar e se acha no direito de comer das
riquezas oferecidas nele), e assim, junto a uma pitada de orgulho carnal, são
ressuscitadas as obras dos Nicolaítas as quais sabemos pela palavra de Deus
que Ele abomina. (Apocalipse 2:15) Sobre o clero e a sua pretensiosa
hierarquia religiosa reservei todo um capítulo para depois analisarmos.
Com todos estes fatos e artefatos creio que fica claro para você,
amigo leitor, que o valor atribuído ao templo como sendo a igreja distorce
a vontade de Deus tratando com um elevado nível de indiferença parte da
conquista de Jesus através do Seu sacrifício perfeito.
Você e eu somos membros do Corpo de Jesus, a verdadeira igreja da
qual somente Ele, e não Pedro ou qualquer vigário, bispo ou pastor, é a
cabeça.

A história é o fiel registro dos fatos que aconteceram em tempos
passados. Se você estiver interessado e disposto a gastar um pouco do seu
tempo, então poderá realizar suas próprias pesquisas descortinando os
caminhos históricos que a igreja tem percorrido desde o seu nascimento.
Quando iniciar suas pesquisas, assim como eu, perceberá que com o passar
dos séculos a igreja deixou de influenciar o mundo confrontando suas
práticas pecaminosas e começou a ser influenciada por todo tipo de
engano. Saímos dos trilhos e estamos nos movimentando com muita
dificuldade por entre as pedras.
Realmente é um longo caminho de volta e confesso que não consigo
enxergar o dia em que toda a igreja estará vivendo com o mesmo
compromisso e intensidade que viveram os primeiros cristãos, mas uma
coisa alegra a minha alma, é saber que a cada dia mais e mais pessoas no
mundo todo estão tendo olhos para a verdade passando a abandonar o
engano e alimentando a cada dia o desejo de ser verdadeiramente a igreja.
Até aqui creio que a sua concepção do que é a igreja já tenha mudado.
A igreja não é um templo feito de concreto. A igreja é um organismo, é
um Corpo, o Corpo de Jesus na terra.

I Corintios 12:12-14“Porque, assim como o Corpo é um, e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só Corpo,
assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito,
formando um Corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e
todos temos bebido de um Espírito. Porque também o Corpo não é um só
membro, mas muitos.”

Infelizmente o Corpo está dilacerado e o elevado nível de orgulho no
coração dos homens, “líderes” do sistema moderno da igreja, é o maior
responsável. Por esta razão, talvez hoje a igreja denominada cristã seja a
instituição mais dividida do planeta.
São motivações distorcidas somadas à ambição descontrolada por
parte dos membros do clero moderno que têm criado um tipo de medidor
do Altíssimo. Quanto mais luxuoso o templo, quanto maior a multidão,
mais o pregador destaca-se como sendo um homem de Deus. Mas esta não
é a verdade e a razão pela qual afirmo isso, é o fato de que quanto maior o
número de pessoas aglomeradas dentro de quatro paredes, menor será a
comunhão entre elas, salvo as panelinhas, isto é fato. Ninguém consegue
ter a mesma comunhão com cem pessoas, alguém sempre será esquecido, e
no quadro da igreja atual, este alguém geralmente é o mais desprovido de
bens materiais.

Pelo fato de a igreja ser um Corpo, grupos pequenos destacam-se por
desfrutarem de verdadeira comunhão. Multidões seguiam Jesus, mas Ele
separou apenas alguns para intensificar esta comunhão. Nestes últimos
anos a igreja, por um lado, conseguiu avançar ao identificar esta verdade,
mas por outro, a exemplo dos primeiros reformadores, mudaram apenas
algumas mobílias. Ao meu ver erram pelo desesperado desejo de formação
de líderes ostentando mais uma vez a obra dos Nicolaítas, alimentando o
orgulho no coração daqueles que se destacam dentro de suas “células”.
“Porque assim como o Corpo é um e tem muitos membros”
O Corpo é um e é formado por muitos membros cada um com uma
função específica. O Corpo não é formado somente de dedos, logo não há
lógica em acreditar que na igreja todos devam atuar na função de liderança.
O alicerce da igreja, sobre o fundamento que é Cristo, encontramos
nesta frase de Paulo. O Corpo é um, há muitos membros, mas é um só
Corpo.

A ligação direta entre estes membros por meio de uma comunhão
sincera, amor e dedicação, utilizando cada um os seus dons no intuito do
fortalecimento de todo o Corpo, é o que faz com que a igreja seja exemplo
para o mundo e acima de tudo Deus seja glorificado. Na ausência desta
unidade, o impacto causado ao mundo é insignificante e este é o nosso
grande problema. Mas como irão se unir pessoas tão orgulhosas assentadas
sobre o império da sua própria soberba? Já que as próprias palavras de
Jesus, declarando que no Seu reino o menor é o que é grande, parecem não
causar nenhum constrangimento, receio que a fila dos que ouvirão
“apartai-vos de mim pois não vos conheço” será maior do que se imagina.
Quando o Corpo está unido e funciona de forma bíblica, então há
harmonia e as suas obras passam a ser música ao Senhor. Como uma
orquestra é formada de vários músicos com seus respectivos instrumentos,
assim é o Corpo formado por vários membros cada um com um dom
específico dado pelo Espírito Santo.

O trabalho de uma orquestra é qualificado pelo conjunto da obra,
jamais se detém ao instrumento que porventura executa o solo. Da mesma
forma não podemos qualificar os dons do Espírito Santo dizendo que o de
pastor é maior, o de profeta é maior, de forma alguma, pois são dons do
Espírito Santo e Ele os reparte como quer, nos capacitando para juntos
compormos uma bela música. De outra forma estaríamos taxando alguns
dons do Espírito Santo como sendo insignificantes, sem muito valor, e
isso é um erro terrível. Todos temos funções de responsabilidade, mesmo
que nem todos sejam pastores, profetas, evangelistas ou mestres. Nossa
responsabilidade é de um para com os outros, seja orando, se sujeitando,
seja profetizando e acima de tudo amando.

“ E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti.”
(I Corintios 12:21)
Você já tentou amarrar o tênis só com uma das mãos? Pode até
conseguir, mas não será nada fácil e levará muito mais tempo, sem contar
que todo o Corpo ficará parado aguardando que o simples laço seja feito
para que possa voltar a andar. Se um membro é irresponsável
negligenciando a sua função, todo o Corpo pagará, logo todos temos
responsabilidades. O exercício do seu dom é imperativo! Com a correta
perspectiva do que é ser igreja nós passamos a nos preocupar mais e cuidar
mais uns dos outros e a melhor forma de se fazer isso é sermos fluentes nos
dons que Deus nos deu. Quando vou pregar um prego tenho o máximo de
cuidado para não errar, pois sei que uma pequena parte do meu Corpo
pode ser atingida por conseqüência do meu erro e com isso todo o meu
Corpo irá sofrer, então tudo o que tenho que fazer é exercitar o meu dom
de pregar.

Você já tentou segurar o martelo com os pés? Não seria nem um
pouco natural não é? A idéia de formar líderes em massa é o mesmo que
distribuir martelos para pés, orelhas, pernas e braços sendo que somente a
as mãos receberam o dom natural de segurá-los. Assim, cada um de nós
recebeu dons específicos e devemos zelar por eles porque foi Deus que os
confiou a nós e é nosso dever praticá-los para o bem de todo o Corpo.
Precisamos uns dos outros, dependemos uns dos outros. Onde há
independência e individualismo há divisão. Como a igreja nas cidades
sofrem por causa de pastores individualistas que sob uma visão egoísta
constroem os seus impérios particulares!
Querido irmão, você é um membro deste Corpo, a verdadeira igreja,
então pare e responda para você mesmo: Você tem sido responsável? Tem
fluído com os dons para o benefício do Corpo e não para destacar-se entre
os demais? Tem se sujeitado? Tem sido um servo fiel? Você é o menor?




Extraído do Livro: "A Igreja de Casa em Casa"
Autor: Luciano Silva
Livro liberado pelo autor para download.

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