Uma base para experiências sobrenaturais

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Você já pensou em quantas informações recebemos ao longo da vida? Já fiquei desesperado em saber que poderia passar a vida inteira somente me dedicando a leitura, e não conseguiria alcançar o conhecimento desejado. Devido ao curso que o mundo nos impõe, enxergava a necessidade de saber mais e, confesso, ficava com a consciência pesada ao pensar em dormir ou assistir um filme, pois para mim isso era perda de tempo.

O ser humano é curioso por natureza. Ele deseja e busca o conhecimento, a ciência. Não sou contra a busca pela informação, pelo contrário, incentivo todos a aprenderem. Permita-me instigar algo: qual o propósito dessa bagagem adquirida ao longo de sua vida? Ora, as pessoas que entregaram suas vidas ao senhorio de Jesus não são mais donas de nada, principalmente do curso de suas vidas! Se Jesus Cristo é nosso Senhor, isto significa que Ele é nosso dono. Tudo o que somos, falamos ou pensamos, deve ser submetido ao serviço e senhorio do Cristo. Porém, muitas vezes, não vivemos esse conceito na prática.

Entregamos nossas vidas ao Cristo e, facilmente, assumimos a direção dela, sem nenhuma submissão ao Senhor. Paulo de Tarso, autor de grande parte do que conhecemos como Novo Testamento, é exemplo de alguém que adquiriu muita informação ao longo da vida. Ele foi um intelectual da época e conhecia muito bem a Lei do Senhor e os profetas. Durante uma fase da vida, toda informação recebida o forjou um perito na Lei, um perito religioso sem revelação. Interessante que, quando seus olhos foram abertos, Paulo passou a entender tudo aquilo que havia estudado na vida, toda a informação adquirida passou a fazer sentido. A revelação resultou em uma rendição total a Jesus. Ele mesmo afirmou: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

Em minha infância, muitas vezes pensei: “Por que tenho que aprender matemática e português? Por que meu pai me proibiu de fazer algo?” Na universidade, questionei por quê tinha que estudar algumas matérias. Mas, de repente, em uma fase da vida, essas informações tomaram um nível de revelação. Assim, pude ver aplicações práticas de tais informações e minha imaturidade diante de alguns questionamentos.

A revelação, por conseqüência, produz frutos. Temos um exemplo disso em Cl 1:3-6. Paulo rende graças a Deus pela atitude desses irmãos que “ouviram e entenderam” a graça de Deus. Eles receberam o evangelho e, por terem ouvido e entendido, tal mensagem produziu frutos e cresceu. É diante de uma revelação que haverá mudança em nossas vidas e atitudes. Desta forma, afirmo: uma genuína conversão acontece diante de uma revelação da pessoa de Jesus Cristo.

Conheço pessoas que já leram muitas vezes a Bíblia e continuam em uma vida de pecado, cegos pelo sistema do mundo. Isso acontece porque todas as informações recebidas durante a leitura não entraram
em um nível de revelação em suas vidas.

É questionável como muitos, que se dizem cristãos, podem adorar a Jesus sem terem uma revelação de sua pessoa. Por isso, creio que eles não abandonam certos pecados habituais por, justamente, não terem uma revelação da causa e conseqüência destes. Se desejo algo além de informação, ou seja, a revelação da pessoa de Deus e de Seu caráter, precisarei questionar: quanto tempo empenho-me neste propósito? Tenho dedicado parte do meu tempo na presença do Senhor, diariamente? Tenho orado com perseverança? Jejuado? Tenho agüentado os momentos de provação, sabendo que estes produzirão bons frutos?

Essas são algumas perguntas que nos auxiliarão a perceber se realmente desejamos uma maior revelação da parte de nosso Pai. Muitas vezes sabemos da necessidade de fazer um jejum ou orar mais, pois nosso corpo sinaliza essa necessidade. Porém, optamos por gastar tempo com outras coisas (TV, amigos, esportes, internet, etc). Entenda, tudo o que fazemos possui um fim determinado, seja proveitoso ou não.

A pergunta é: temos cooperado quando nosso espírito tem pedido algo? Um bebê, por exemplo, não tem conhecimento teórico sobre o que é fome, porém sabe na prática. Ele simplesmente chora e necessita que outras pessoas o alimentem. Com um adulto é diferente: sabe que necessita beber água mesmo se não estiver com sede, pois isso lhe será saudável. E quanto a nós? Temos agido como bebês espirituais esperando o alimento dos outros? Quantas vezes deixamos de buscar nossas próprias experiências para beber da mamadeira de outros, sugando experiências alheias?

Experiências de outras pessoas são importantíssimas e nos edificam, a Bíblia é repleta delas. Não desejo questionar as experiências de outros irmãos, mas a realidade é: existe uma dinâmica em Deus que muda a cada instante. As experiências de nossos irmãos não substituem nossas experiências próprias. Em todo tempo existe algo novo! Podemos e devemos ser renovados pela exposição à glória de Deus. Quem está disposto a escutar e cooperar com tais revelações?

É na intimidade diária com o Senhor que Ele nos contará qual a Sua vontade e sonhos..Um bom exemplo disso é o que aconteceu com o apóstolo João na Ilha de Patmos. Ao olhar o contexto no qual ele foi arrebatado, encontramos informações interessantes. Apocalipse significa ‘revelação’, sendo que no verso 1 diz “revelação de Jesus Cristo”. Nos versos 9 e 10, mostra que João estava nesta ilha devido “a palavra de Deus e testemunho de Jesus”.Então, vemos neste cenário que João estava fazendo o que o Senhor pediu dele (lá na ilha), e nesta circunstância de obediência à vontade de Deus, veio uma revelação, resultando em uma experiência sobrenatural: “achei-me em Espírito no dia do Senhor”. Interessante que o Senhor tomou um servo e amigo obediente (João era bem próximo de Jesus) e lhe trouxe uma revelação.

Quero afirmar: Revelação trará objetivo, foco, alvo na sua vida! Ao recebermos revelação também receberemos unção, ou seja, capacitação para realizar as obras de Jesus na Terra cooperando com a implantação do Seu reino nessa geração. Quer fluir no sobrenatural diariamente? Sinais, milagres e prodígios acompanharão aqueles que se alinharem com os alvos de Deus. Isso, sim, é coisa de amigo!


Palavra escrita por
Rodrigo C. Ferreira 

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