Cobertura espiritual X Jesus o Cabeça

Tamanho da letra  -A - +A


É incrível a habilidade que os homens dispõem quando se trata de buscar argumentos bíblicos para sustentar mentiras que os beneficiem. A tal cobertura espiritual é uma delas. A origem deste engano é antiga, mas jamais foi gerada pelo cristianismo, foi sim, enxertada nele.

A idéia de que um homem possui uma espiritualidade superior à de
outros, permitindo a este se assentar na ponta da pirâmide, constitui-se
uma anomalia no cristianismo. Biblicamente tais informações para que se possa constituir este princípio são insuficientes.                                   


Na verdade quando alguém pergunta quem é a sua cobertura, está querendo dizer, para quem você presta contas, sendo assim tal questão se faz implícita. Não é isso que
a bíblia ensina. Ela nos orienta que a nossa prestação de contas não se deve
a homens mas exclusivamente a Deus.

Mateus 12:36 “Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os
homens disserem hão de dar conta no dia do juízo”

Mateus 18:23 “Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo
rei que quis fazer contas com os seus servos;”

Lucas 16:2 “E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti?
Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu
mordomo...”

Romanos “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão
debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo
seja condenável diante de Deus.”

Romanos 14:12 “De maneira que cada um de nós dará conta de si
mesmo a Deus.”

1 Corintios 4:5 “ Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o
Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e
manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o
louvor.”

Hebreus 4:13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes
todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de
tratar.”
1 Pedro 4:5 “Os quais hão de dar conta ao que está preparado para
julgar os vivos e os mortos.”

Desde a obra manifestada pelos nicolaítas que depois foi abraçada
pela igreja romana e finalmente apreciada pelos reformadores, o ensino da
cobertura espiritual mantem-se sendo a coluna central do sistema da igreja
moderna. Ela consiste num sistema de cadeia hierárquica estabelecendo que
aqueles que se encontram em posições eclesiásticas mais altas exercem
autoridade (domínio) espiritual sobre os que estão abaixo.

Seria mais ou menos isso: os leigos prestam contas ao pastor, e o
pastor a alguém que esteja acima dele dentro da organização. No meio
evangélico as configurações são diversas, porém sempre finalizam em um
só homem, igual ao catolicismo onde o homem do topo, o super espiritual,
é o Papa. Seria basicamente esta a ordem: congregações locais, igreja
regional, igreja sede. Assim o leigo está coberto pelo pastor, que está
coberto pela denominação ou por outro melhor posicionado dentro da
pirâmide hierárquica.

De um ponto de vista não tão preciso, que infelizmente é como a
maioria vê, este sistema demonstra tanto organização estrutural quanto
espiritual, no entanto, depois de analisarmos quem está acima de quem,
surge uma pergunta: Quem é a cobertura da igreja sede ou de seu
representante espiritual? Obviamente você responderia que Deus é essa
cobertura. Isso me faz levantar outra questão: O que impede que Deus seja
a cobertura direta do cristão comum (leigo)?

Nada impede e a bíblia nos revela que esta é a vontade de Deus, que
cada cristão assuma a sua responsabilidade diante dEle em temor, vivendo
uma vida de santidade e compromisso.

Muitos cristãos continuam vivendo uma vida de pecado acreditando
que tudo o que precisam fazer é esconder isso do pastor. Tal pensamento
também acontece com pastores que escondem o seu pecado dos líderes que
lhe dão cobertura. Conheci alguns pastores que agiam desta maneira, se
ainda agem o Senhor é quem sabe. O pior de tudo nestes casos é que
quando o homem da cobertura descobria o pecado, tudo o que fazia era
transferir o pastor e o seu pecado para uma das suas igrejas em outra
cidade. Não foram um ou dois casos destes que pude acompanhar. O que
eu ficava me perguntando era por que o chefão não expulsava o lobo. Com
o tempo fui percebendo que esta atitude não era tomada porque
geralmente o chefão tinha, como se diz popularmente, o “rabo preso”.

Portanto o ensino da cobertura espiritual é prejudicial à igreja, pois
mantém um sistema de governo sem sustentação bíblica, impulsionado por
um espírito de domínio e controle. Este tipo de estrutura pertence ao
mundo e não ao reino de Deus.

Como Frank Viola comenta em seu livro sobre este tema, a estrutura
de liderança hierárquica deriva de uma mentalidade posicional. Esta
maneira de pensar outorga autoridade em termos de espaços a alcançar,
descrições objetivas de trabalho a realizar, títulos para exibir e postos que
fazem valer seus privilégios. Logo é inevitável que se utilizem dos termos
Pastor, Reverendo, Bispo, Apóstolo, ligando-os a posições eclesiásticas e
não a funções bíblicas em benefício exclusivo do Corpo, a igreja. O título
Reverendo expõe claramente a pré-potência e a arrogância destes homens,
pois eu verdadeiramente gostaria de acreditar que os mesmos desconhecem
o seu significado que é: Saudação respeitosa acompanhada por ligeira
inclinação do tronco para frente, às vezes flexionando-se também o joelho;
amor profundo e devotado; adoração. Logo, você percebe que não se trata
apenas de um título sendo exibido, mas sim, de uma blasfêmia contra o
próprio Senhor, único digno de receber tal reverência.

Esta maneira equivocada de se pensar alimenta o interesse por uma
posição de liderança, enquanto que biblicamente os títulos mencionados
tratam explicitamente de funcionalidade, ela enfatiza funções e não ofícios.

Para esclarecer definitivamente esta questão é importante buscarmos
a informação diretamente daquEle que é o Cabeça do Corpo. Jesus lidou
com esta questão entre os discípulos e nos deu orientações precisas sobre o
assunto. Aproveito para fazer uso de mais um trecho do livro do irmão
Frank sobre o tema:

O ministério de Jesus com respeito à questão da autoridade clarifica
os temas fundamentais que estão por trás da moderna doutrina da
“cobertura”. Consideremos como o Senhor contrastava o modelo
hierárquico de liderança do mundo gentílico com a liderança no reino de
Deus. Depois que Jacobo e João lhe pediram que lhes concedesse altas
posições de poder e glória ao seu lado no Seu trono, Jesus os contestou
dizendo, Vocês sabem que os governantes das nações AS DOMINAM, e as
pessoas importantes EXERCEM PODER sobre elas. NÃO SERÁ ASSIM
ENTRE VOCÊS; ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre
vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo,
como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar sua vida em resgate por muitos. (Mat. 20:25-28)

E mais uma vez,
...Os reis das nações DOMINAM sobre elas, e os que EXERCEM
AUTORIDADE sobre elas são chamados de benfeitores; MAS VOCÊS
NÃO SERÃO ASSIM. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como
o mais jovem, e aquele que governa como o que serve. Pois quem é maior,
o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou
entre vocês como o que serve. (Luc. 22:25-27).

A palavra grega traduzida por “exercem sua autoridade” em Mateus é
katexousiazo que é uma combinação de duas palavras gregas: katá, que
significa sobre, e exousiazo, que significa exercer autoridade. O Senhor
também utiliza nesta passagem a palavra grega katakurieuo que significa
“controlar” ou “dominar” aos demais. O que Jesus condena nestas
passagens não são apenas os líderes opressores como tais, mas a forma
hierárquica de liderança que domina o mundo gentílico. Isto merece ser
repetido: Jesus condenou não apenas os líderes tirânicos, condenou
também a própria forma de liderança hierárquica!

Qual é a forma hierárquica de liderança? É o estilo de liderança
fundado na idéia pobre de que o poder e a autoridade fluem de cima para
baixo. Essencialmente, está construída em uma estrutura social de cadeia de
comando.

A liderança hierárquica está baseada em um conceito mundano de
poder. Isto explica porque esta fórmula é comumente usada em todas as
burocracias tradicionais. Está presente nas formas corruptas do feudalismo
senhor/vassalo e amo/escravo. Também pode ser vista nas esferas
altamente estilizadas e reguladas das sociedades militares e empresariais do
primeiro mundo.

O estilo de liderança hierárquico, mesmo que não seja cruel, é
prejudicial para o povo de Deus, porque reduz as relações humanas a
associações estilo comando. Com isto quero dizer que as relações se
ordenam na forma de uma estrutura militar do tipo cadeia de comando.
Estas relações são alheias à prática e ao pensamento do NT.
A liderança hierárquica está estabelecida em todas as esferas da
cultura pagã. Lamentavelmente foi adotada pela maioria das igrejas cristãs
de nossos dias.

Resumindo, o ensino de nosso Senhor acerca deste estilo de liderança
torna evidentes estes marcantes contrastes.

No mundo gentílico, os líderes operam sobre a base de uma estrutura
social política, tipo cadeia de comando – uma hierarquia. No reino de
Deus, a liderança flui da mansidão e do serviço sacrificado.

No mundo gentílico, a autoridade está baseada na posição e no
ranking. No reino de Deus, a autoridade está cimentada no caráter
piedoso. Note a descrição que Cristo faz dos líderes: “será vosso escravo” e
“seja... como o menor”. Aos olhos do Senhor, ser precede ao fazer, e o
fazer surge do ser. Em outras palavras, a função segue o caráter. Os que
servem, fazem assim porque são servos.

No mundo gentílico, a grandeza se mede pela proeminência, pelo
poder externo e pela influência política. No reino de Deus, a grandeza se
mede pela humildade interna e pelo serviço externo.

No mundo gentílico os líderes se aproveitam de suas posições quando
governam os demais. No reino de Deus os líderes rechaçam toda classe de
reverência especial e vêem a si mesmos como “o menor”.

Em suma, as estruturas hierárquicas de liderança caracterizam o
espírito dos gentios. Portanto, a implantação destas estruturas entra em
choque com o cristianismo do NT. Nosso Senhor não exitou quando
declarou Seu implícito desprezo pela noção gentílica de liderança, porque
claramente disse: “não será assim entre vocês”.

Considerando tudo isso, no ensino de Cristo não há lugar para o
modelo de liderança hierárquica que caracteriza a moderna igreja.

Jesus também contrastou a liderança no reino com o modelo de
liderança que caracteriza o mundo religioso. No texto adiante, o Senhor
expressa vividamente a perspectiva de Deus com respeito à autoridade, em
contraste com o conceito judaico:

Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’; um só é o Mestre de
vocês, E TODOS VOCÊS SÃO IRMÃOS. A NINGUÉM NA TERRA
CHAMEM ‘PAI’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus.
TAMPOUCO VOCÊS DEVEM SER CHAMADOS ‘CHEFES’,
porquanto vocês têm um só Chefe. O Cristo. O maior entre vocês deverá
ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e
todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Mat. 23:8-12).

O ensino de Cristo nesta passagem é o seguinte:

No clima religioso dos judeus existia um sistema de classes formado
por religiosos, especialistas do tipo guru, e os não especialistas. No reino,
todos são irmãos da mesma família.

No mundo judaico, aos líderes religiosos são outorgados títulos
honoríficos (por exemplo, Chefes, Pai, Reverendo, Pastor, Sacerdote,
Ministro, etc.). No reino não há distinções de protocolo. Estes títulos
obscurecem o incomparável lugar de honra que corresponde a Jesus e
empana a revelação do NT que contempla todos os cristãos como
ministros e sacerdotes.

No mundo judaico, os líderes são elevados a posições de
proeminência em uma posição de poder. No reino, os líderes encontram
seu trabalho no parâmetro simples do serviço e na modesta convicção da
humildade.

No mundo judaico, a liderança se fundamenta no status, nos títulos e
na posição. No reino, a liderança está arraigada na vida interior e no
caráter. (Nesse mesmo tom, a mania tão comum de outorgar “doutorados”
honoris a um incontável número de clérigos é apenas um exemplo de
como a igreja moderna reflete aqueles valores de liderança que vão contra
o reino de Deus).

Em suma, há um grande abismo entre a liderança segundo Jesus e o
que vemos na maioria das modernas igrejas. O Senhor imprimiu um golpe
de morte aos modelos de liderança gentílicos/hierárquicos e
judaicos/posicionais.

Estes modelos que incham o ego são incompatíveis com a
simplicidade da igreja primitiva e o reino de Jesus Cristo. Ambos sistemas
impedem o progresso do povo de Deus, eliminam a funcionalidade do
sacerdócio dos crentes, rompem a imagem da igreja como uma família, e
põe severas limitações ao Governo de Cristo. Por estas razões “não será
assim” entre os que levam o nome do Salvador.


Como você pode ver a igreja moderna não tem causado ao mundo o
impacto que se propõe devido ao sistema que adotou. Há muito pouca
novidade de vida sendo testemunhada e que sirva de exemplo ao perdido.
Isso ocorre pelo fato de que sua administração e obras são tão semelhantes
às dos governos seculares que não há motivo para que os desprovidos da
verdade mudem de caminho.

Este é o contraste terrível da igreja atual para a igreja primitiva.
Naquele tempo o perdido era impactado pela fé, obras e testemunho dos
cristãos. Hoje, nós cristãos é que ficamos impactados em ver os adeptos,
por exemplo, das testemunhas de Jeová e dos mórmon alcançando o
mundo de casa em casa, dos espíritas alimentando os pobres e viúvas, da
seicho-no-iê dando conselhos e alimento espiritual. Em contrapartida eu
pergunto como os salvos estão ocupando o seu tempo?

Permita-me responder. Estão confinados nos seus encontros de
“avivamento” no interior dos seus luxuosos mega templos, emocionados
com tantos espetáculos. É isso que fazem dia após dia, mês após mês, ano
após ano... Até quando?

Os primeiros cristãos seguiram com fidelidade os ensinamentos do
único Mestre, Senhor, Sumo Pastor, Rei e Salvador, Jesus. Desde o livro de
Atos até o Apocalipse encontramos informações suficientes para
concluirmos que hoje o homem distorceu a verdade e apropriou-se de
direitos que não lhe pertencem e que nunca lhe foram outorgados.

Tudo começa pelo original. Então vamos partir analisando o
significado original das palavras utilizadas por Pedro, Paulo ou qualquer
um dos apóstolos quando se referiam a alguém que exercia uma função
para com a igreja.

Já antecipando que se o sistema atual de liderança estivesse
fundamentado em alguma expressão dos apóstolos com certeza as palavras
que seguem seriam utilizadas por eles, porém nunca nenhum deles as
empregou em nenhuma das cartas às igrejas: arjé (chefe, governante, oficial
de tropa), time (um oficial ou dignatário), telos (o poder inerente de um
governante), arjisinágogos (oficial da sinagoga), hazzan (líder da adoração
pública), taxis (posto, posição ou ranking), hieratéia (oficio de um
sacerdote), arjón (governante ou principal).

A palavra favorita daqueles valorosos homens de Deus que
primeiramente serviam toda a comunidade era diákonos que significa
servidor ou ajudante. Hoje em dia um “cargo” como este não desperta
muito interesse na maioria dos cristãos. Por acaso você já viu algum curso
de formação de diáconos com mais de dez dias que não seja realizado por
uma igreja local, exclusivamente para membros de tal igreja? Algum dia
você já ouviu um anúncio do tipo: Inscreva-se no curso de formação de
Diáconos com duração mínima de três anos, neste curso você aprenderá
exclusivamente sobre uma única matéria, ser um servo? Tenho
praticamente certeza de que você jamais viu ou ouviu tal coisa. E por que?
Obviamente porque tal função não oferece muitos privilégios e muito
menos status. Por outro lado, cursos que ofereçam a oportunidade de você
ser um Bacharel em uma “algo-logia” qualquer não faltam no mercado.

Você realmente acredita que o Espírito Santo distribui os Seus dons
na igreja fazendo distinção entre maior ou menor, pior ou melhor? Claro
que não. O problema concentra-se na interpretação que os homens querem
sustentar, quando a bíblia trata de funções e não de cargos. O mais comum
creio que seja o cargo de pastor. O interessante é que não há um sinal em
toda a história da igreja que dê suporte para o pastor único, “o líder
espiritual da igreja” habilitado para conduzir os cultos de domingo, os
batismos, a ceia, os casamentos e ainda as finanças. Este super “pastorzão”
é anti-bíblico.

A igreja primitiva possuía vários pastores, anciãos, homens simples e
experimentados que não competiam entre si, mas que exerciam suas
funções em serviço de toda a igreja. Este “pastor moderno”, profissional
altamente especializado, é uma novidade pós-bíblica que sustenta uma
tradição sacerdotal inventada por homens. Esta perspectiva do pastor
único é totalmente nociva à igreja, pois os homens são seduzidos pelos
privilégios que eles mesmos associam à sua função e no final geralmente
são corrompidos por este engano.

Não são poucos os exemplos que temos na nação de “líderes
espirituais” que se corromperam, manchando o evangelho, permitindo que
anos de trabalho fossem por “água abaixo”. Esta é a peste que rodeia as
mega catedrais, onde milhões de pessoas estão sob o governo e a cobertura
de um “renomado espiritual”, que quando vem a cair abala a fé de outros
milhares.

Tal imprudência não ocorria na igreja primitiva por pelo menos duas
razões. Primeiramente porque uma única congregação de cristãos não
possuía apenas um pastor, mas sim, dois, três ou mais, e estes não eram de
forma alguma a cobertura espiritual da congregação. Em segundo lugar,
porque a congregação era composta de poucas pessoas, pois se reuniam em
suas próprias casas. Assim, se um dos pastores apresentasse alguma falta ou
desse mal testemunho, este seria corrigido por toda a igreja que se reunia
com ele, dando-lhe a oportunidade de se arrepender e de se sujeitar,
cumprindo o “sujeitar-se uns aos outros”,(Efésios 5:21) riscada da bíblia de
muitos pastores modernos. Caso o pastor não demonstrasse
arrependimento diante da congregação, a mesma rompia a comunhão com
o tal. Creio que esta é a única forma de a igreja realmente crescer e se
fortalecer de forma saudável.

A igreja dos primeiros cristãos tinha uma única cobertura espiritual,
o sangue de Jesus, e nenhum homem por mais dons que possua, pelo maior
templo que possa ter construído, pode ocupar o Seu lugar.

A igreja precisa voltar a manifestar as suas obras com a liberdade que
Jesus conquistou. Cada cristão precisa exercer o seu sacerdócio dado por
Jesus. A igreja precisa abrir os olhos para ver que o cristão evangélico
continua amarrado ao catolicismo romano e a maior evidência deste fato é
a tal cobertura espiritual, que para os católicos provém do Papa, o
“vigário” de Cristo.

Só há um meio de quebrarmos estas correntes, é olhando para a
bíblia com uma perspectiva baseada nos ensinamentos sólidos de Jesus, que
o tempo todo instruiu os Seus discípulos a serem o Seu Corpo. Creio que
somente assim poderemos desfrutar do que realmente é ser a igreja.

Seguem dois textos encontrados em partes das cartas de Paulo à
igreja. Fiz alguns comentários que estão entre parênteses. Leia e analise
com sinceridade de coração.

Romanos 12:3-18 “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um
dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense
com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Porque assim como em um Corpo temos muitos membros, e nem todos
os membros têm a mesma operação,assim nós, que somos muitos, somos
um só Corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos
outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é
dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse
dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com
cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. O amor seja não fingido.
Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos
outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Não
sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao
Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai
na oração; Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a
hospitalidade; Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não
amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que
choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; a ninguém
torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.”

I Corintios 12 “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos
mudos (imagens de gesso – santos do catolicismo), conforme éreis guiados.
Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo
Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o
SENHOR, senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o
Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o
mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera
tudo em todos (aquele que opera tudo em todos é a única cobertura
espiritual). Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que
for útil (o dom concedido a cada um beneficia o Corpo e não a pessoa em
si). Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito,
a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir
os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o Corpo é um
e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só
Corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um
Espírito, formando um Corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o Corpo não
é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não
sou do Corpo; não será por isso do Corpo? E se a orelha disser: Porque
não sou olho não sou do Corpo; não será por isso do Corpo? Se todo o
Corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde
estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no Corpo, cada um
deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o Corpo?
Assim, pois, há muitos membros, mas um Corpo. E o olho não pode dizer
à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não
tenho necessidade de vós. Antes, os membros do Corpo que parecem ser
os mais fracos são necessários; e os que reputamos serem menos honrosos
no Corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos
decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais
nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o Corpo,
dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão
no Corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.
De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com
ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Ora, vós sois o Corpo de Cristo, e seus membros em particular. E a uns
pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas,
em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos
profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? Têm
todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?
Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um
caminho mais excelente.”
É isto!

Extraído do Livro: "A Igreja de Casa em Casa"
Autor: Luciano Silva
Livro liberado pelo autor para download.























0 comentários:

Postar um comentário