Informação e Revelação - Vivendo o Sobrenatural / Por Rodrigo C.Ferreira

Talvez algum leitor possa se identificar comigo. Em minha infância, muitas vezes pensei: “Por que tenho que aprender matemática e português? Por que meu pai me proibiu de fazer algo?” Na universidade, questionei o porquê de estudar algumas matérias. Entretanto, de repente, em uma fase da vida, essas informações tomaram um nível de revelação. Assim, pude ver aplicações práticas de tais informações e minha imaturidade diante de alguns questionamentos.

Paulo de Tarso, autor de grande parte do que conhecemos como Novo Testamento, é exemplo de alguém que adquiriu muita informação ao longo da vida. Ele foi um intelectual da época e conhecia muito bem a Lei do Senhor e os profetas. Durante uma fase da vida, toda informação recebida o forjou um perito na Lei, um perito religioso, porém sem revelação. Interessante que, quando seus olhos foram abertos, Paulo passou a entender tudo aquilo que havia estudado na vida, toda a informação adquirida passou a fazer sentido. A revelação resultou em uma rendição total, até sua morte, ao senhorio de Cristo Jesus.

Tenho vivenciado que uma revelação, e não um convencimento, por conseqüência, produz frutos. Temos um exemplo disso em Colossenses 1:3-6, no qual Paulo rende graças a Deus pela atitude de irmãos que “ouviram e entenderam” sobre a graça de Deus. Eles receberam o evangelho e, por terem ouvido e entendido, tal mensagem “produziu frutos e cresceu” (vs. 6 – ARA). É diante de uma revelação que haverá mudança em nossas vidas e atitudes. Dessa forma, afirmo: uma genuína conversão acontece diante de uma revelação da pessoa e da obra de Jesus Cristo.

Conheço pessoas que já leram muitas vezes a Bíblia e continuam em uma vida de pecado, cegos pelo sistema do mundo. Por quê? Eu creio que uma das causas é porquê todas as informações recebidas, ouvidas ou durante uma leitura, não entraram em um nível de revelação em suas vidas. É questionável como muitos que se dizem cristãos podem adorar (que significa amar ao extremo) a Jesus sem terem uma revelação de Sua pessoa. Por isso, acredito que eles não abandonam certos pecados habituais por, justamente, não terem uma revelação da causa e conseqüência destes em suas vidas.

Constantemente penso: se desejo algo além de informação, ou seja, a revelação da pessoa de Deus e de Seu caráter, preciso questionar quanto tempo me empenho nesse propósito. Tenho dedicado parte do meu tempo na presença do Senhor, diariamente? Orado com perseverança? Jejuado? Tenho aguentado os momentos de provação, sabendo que eles produzirão bons frutos?

Sinto que possa haver ditos “famintos por Deus” que ainda não tiveram uma revelação, e optam por gastar mais tempo com outras coisas (TV, amigos, esportes, orkut, msn, etc.) do que investindo na intimidade com Deus. A pergunta é: temos cooperado quando nosso espírito tem pedido algo? Às vezes, nosso espírito está “gritando” por um jejum ou um tempo de oração, e nós, se não estivermos sensíveis, certamente faremos outras coisas. Um adulto sabe que precisa beber água mesmo se não estiver com sede ou alguém mandar, pois isso é necessário para sua saúde. E quanto a nossa vida espiritual? Mesmo sem “sentirmos vontade”, uma vida de intimidade e de oração constante e diária é fundamental na vida de um cristão que deseja agradar a Deus e cumprir Seus propósitos.

E quanto a nós? Temos agido como bebês espirituais esperando a mamadeira com o alimento dos outros? Quantas vezes deixamos de buscar nossas próprias experiências, sugando experiências alheias? Experiências de outras pessoas são importantíssimas e nos edificam, a Bíblia é repleta delas. Esta é uma realidade: existe uma dinâmica em Deus que muda a cada instante. Repito que algumas experiências de nossos irmãos nos edificam, mas não substituem nossas próprias experiências. Em todo tempo existe algo novo em Deus! Com entendimento dessa realidade, podemos e devemos ser renovados pela exposição a Sua glória diariamente.

Posso te contar um dos segredos dos grandes homens de Deus? É na intimidade diária com o Senhor que Ele nos conta qual a Sua vontade e sonhos. É na intimidade que vem a revelação. Um bom exemplo disso é o que aconteceu com o apóstolo João na Ilha de Patmos. Analise o contexto no qual ele foi arrebatado. Apocalipse significa ‘revelação’, sendo que no verso 1 diz: “revelação de Jesus Cristo”. Nos versos 9 e 10, mostra que João estava nessa ilha devido “a palavra de Deus e testemunho de Jesus”. Então, preste atenção em um princípio: vemos nesse cenário que João estava fazendo o que o Senhor pediu dele (lá na ilha), e na circunstância de obediência à vontade de Deus, veio uma revelação, por meio de uma experiência sobrenatural: “achei-me em Espírito no dia do Senhor”. Interessante que o Senhor tomou um servo e amigo obediente (João era bem próximo de Jesus, como vemos nos evangelhos) e lhe trouxe uma revelação.

Concluo assim que revelação vem da intimidade e trará objetivo, foco, alvo, na sua vida! Ao Receber a revelação do porquê você foi criado, também receberá unção, ou seja, capacitação, para realizar até mesmo obras maiores que Jesus na Terra. O sobrenatural será conseqüência de uma vida cristã normal, que visa estabelecer o Reino de Deus na Terra. Isso, sim, é coisa de amigo!




Por Rodrigo C. Ferreira

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