Desabafo!

Leia com atenção esses primeiros parágrafos para puder compreender o resto do texto. Deus abençoe! - Alinhando blog 

"Sempre corremos riscos. A franqueza é um grande risco. Quando abrimos o coração corremos o risco de nos entenderem mal. Na verdade é difícil equilibrar o emocional quando se desabafa, e carregamos pequenas palavras com grandes sentimentos. É inevitável. Um coração angustiado não sabe medir a força da explosão das palavras que invadem o ar e os ouvidos e, provavelmente seremos julgados por isso: podia ter dito diferente, mas destemperou – que pena?!
Quando Jesus chama os fariseus de raça de víboras, Ele está sendo muito pessoal, franco, direto, destemperadamente temperado de ousadia e verdade. Ficaram ofendidos? É claro! Mas ainda era um grupo de hipócritas nojentos. Os fariseus eram a elite religiosa da época e, aos seus próprios olhos e dos míopes espirituais de seu tempo eram a nata da espiritualidade.

Muito bem, não estou chamando ninguém de fariseu, mas observo uma miopia entre nós cristãos, que afeta muitos homens de Deus severamente e muitos já estão enfermos.

Antes que digam que legislo em causa própria, digo eu. Confesso que eu e muitos que dedicam suas vidas no ensino da Palavra de Deus somos vitimados pelo obscurecimento de entendimento que descreverei a seguir.

Antes, observem os textos:

1Tim 5:17 Os presbíteros que fazem um bom trabalho na igreja merecem pagamento em dobro, especialmente os que se esforçam na pregação do evangelho e no ensino cristão.

1 Co 9:3Quando as pessoas me criticam, eu me defendo, dizendo assim:4 Será que eu não tenho o direito de receber comida e bebida pelo meu trabalho?5 Será que nas minhas viagens eu não tenho o direito de levar comigo uma esposa cristã, como fazem os outros apóstolos, os irmãos do Senhor Jesus e também Pedro?6 Ou será que Barnabé e eu somos os únicos que temos de trabalhar para nos sustentar?7 Quem já ouviu falar de algum soldado que pagou as suas próprias despesas no exército? Ou qual é o fazendeiro que não come das uvas da sua própria plantação? Ou qual é o pastor que não toma do leite do seu gado?

8 Não pensem que eu me apóio somente nesses exemplos da vida diária, pois a lei diz a mesma coisa.9Na Lei de Moisés está escrito assim: “Não amarre a boca do boi quando ele estiver pisando o trigo.” Por acaso Deus está interessado nos bois?10 Ou foi a nosso respeito que ele disse isso? É claro que isso está escrito em nosso favor! Tanto a pessoa que planta como a que colhe fazem o seu trabalho na esperança de receber a sua parte da colheita.11 Se temos semeado entre vocês a semente espiritual, será demais se recebermos de vocês alguma recompensa material?12 Se outros têm o direito de esperar isso de vocês, será que nós não temos muito mais direito do que eles?

No entanto, nós não temos usado esse direito. Pelo contrário, temos agüentado tudo para não atrapalhar o evangelho de Cristo.13 Certamente vocês sabem que os que trabalham no Templo é do Templo que recebem os seus alimentos. E sabem também que os que oferecem sacrifícios no altar recebem uma parte da carne dos animais que são sacrificados ali.14 Assim o Senhor mandou também que aqueles que anunciam o evangelho vivam do trabalho de anunciar o evangelho.

Heb 13:17Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

Confesso que procurei algum texto na Bíblia que me orientasse a pagar duplicadamente a músicos, mas não achei. A cantores gospel e também não achei.

Creio que todos que fazem algum trabalho devem receber por isso, mas vemos alguns desequilíbrios terríveis no comportamento da Igreja de hoje.

É comum que se pague dezenas ou centenas de reais para se ver um artista evangélico por sessenta minutos, e ninguém reclama que está caro, mas quando há uma oportunidade de participar de um evento de ensino, com 10 horas de ministração que abençoará com edificação, orientação, consolo, revelação, instrução, cura, pensa-se que qualquer ‘Real’ é muito caro.

Um cantor com um CD pode cobrar milhares (muitos milhares) de Reais para se apresentar e se esforçarão por trazê-lo e, no final, todos ficarão satisfeitos. Mas, quando um pastor pregador ousa perguntar se os convidantes estão pensando em ofertar algum valor, pensa-se em repor a gasolina do pregador. Um cantor recebe antes, senão ele não se apresenta, mas quando se paga a um pregador, diz-se: “esta oferta é simbólica, porque o senhor merece muito mais”.

Tentei fazer isso no supermercado mas não deu certo. Disse ao caixa: “olha, esse valor é apenas simbólico da compra de mantimentos que estou fazendo, ok? Sei que o Mercado merece muito mais, mas é o que tenho para dar”. Não deu certo…

Tentei trocar uma calça em uma loja por um abraço, bem apertado até, cheio de amor, gratidão e reconhecimento pela prestatividade do vendedor, mas também não deu certo.

Fui ao restaurante e ofereci oração para que pudesse comer lá, mas não aceitaram… Não sei porque???

Quando digo que não tenho carro, me olham como se eu fosse um ET… Como assim??? Um pastor não ter um carro??? Como ele vai atender as pessoas??? Pois é!!! Eu faço as mesmas perguntas. Alguns, com uma expressão de “tadinho, mas ele é pastor, é assim mesmo”.

É curioso, mas acho que os que militam exclusivamente no ensino da Palavra de Deus não comem, não vestem, não moram, não podem ter carro, não tem filhos, não tem férias, não podem ir ao restaurante com sua esposa, não dão presentes aos que amam, não compram livros, Bíblias, muito menos computadores ou qualquer outro equipamento que lhe ajude a aperfeiçoar seu ofício.

As necessidades dos que ensinam são reais e não simbólicas.

Só por curiosidade, você sabe porque os grande teólogos, produtores de conhecimento, que ajudaram gerações e gerações a compreenderem melhor as Escrituras são estrangeiros? Na Europa e também nos Estados Unidos há um grande investimento em homens de Deus que dedicam suas vidas no aprendizado e no ensino da Palavra de Deus. Igrejas, Universidades, Instituições, empresários grande e pequenos investem generosamente na vida de homens que dedicam seu tempo no estudo e na produção de conhecimento. Estas são culturas e nações que prevalecem sobre todo mundo, influenciando e exportando conhecimento e tecnologia de todos os tipos.

A pobreza de entendimento e de investimento na vida de mestres faz com que estes precisem se desviar de suas vocações, para cuidarem de suas famílias, deixando uma ou várias gerações reféns de conhecimento reproduzido ao invés de produzir conhecimento. Reféns de livros, teólogos, ensinadores estrangeiros, que caminham em correntes teológicas que ninguém sabe averiguar. Comemos enlatados importados de todos os tipos, enquanto a maioria dos mestres que Deus tem chamado em nossa nação estão agonizando em situações de escassez e na crise de não poderem dedicar-se integralmente ao estudo e à produção de conhecimento.

Nossa mentalidade brasileira e evangélica (vou evitar qualificar) supervaloriza o entretenimento (shows, cantores gospel, etc), e despreza o conhecimento.

Se, pelo menos, as músicas de hoje fossem carregadas de doutrina Bíblica, vá lá, mas não é assim. É claro que estou generalizando. Há muitos homens e mulheres de Deus, que eu conheço, que são dignos e cantam verdade eternas em suas canções, mas são exceções.

Tenho pregado em muitas cidades do Brasil itinerantemente, e tenho sofrido esse mal trato. Não pior, tenho visto muitos pastores em profunda agonia, tentando conjugar o amor e obediência ao seu chamado e o destrato financeiro que precisa fazer sua família se submeter. Não são poucos os filhos de pastores que dizem: “se tem uma coisa que eu não quero ser é pastor. Para passar o que meu pai passa e fazer toda família sofrer?! Eu não quero!”.

Quando vamos crescer???

Quando a Igreja Brasileira irá valorizar seus mestres como Deus ordenou???

Quando ela cumprirá a Palavra de Deus e honrará duplicadamente os que ensinam???

Quando atribuirá valor correto ao entretenimento e o valor devido ao conhecimento???

Não tenho respostas, estou apenas desabafando."

Paulo Moral, pr


Extraído do Site: 

www.montedeadoracao.com.br

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